quarta-feira, novembro 11, 2009

De onde vem a calma

Eu to bem. Satisfeita, sozinha, em silêncio e pronta pra escrever pela primeira vez em muito tempo.
Sinto falta daqui... fico triste quando passo muito tempo sem escrever nada que sirva, ou que seja adaptável pra cá.
Isso aqui é feito dos meus excessos. E quando voltei a escrever, depois de apagar os contos, eu queria isso... poder jogar fora os carinhos e as mágoas que transbordassem.
Pois bem, inúmeros assuntos me rodearam nessa minha semana de férias psicológicas. Mas não posso dizer o rumo que esse texto vai tomar.
Comecemos pelo xampu. ..
Comprei um xampu novo ontem, um que deve lembrar a infância de um monte de gente, mas lembra minha adolescência. Aquela primeira pior fase da minha vida.
Não quero parecer tão superficial desde cedo, então se não posso falar dos problemas reais, também não vou falar dos problemas floridos. Fica dito, apenas, que foi a primeira pior fase.
Mesmo assim tinha o Doutor André, a Doutora Marta e meu primeiro suspiro de determinação. Eu usava madeira e cobre e eu era muito feliz. Eu sorria, eu era bonita, fotogênica, inspirada. E eu tinha cheiro de camomila... aquele do xampu.
Depois mudaram os perfumes, duas vezes, e tenho vontade de comprar esses outros xampus só pra ter a sensação de ser aquela menina que eu gostava de ser.
A segunda pior fase veio no fim da então adolescência. Pouca gente sabe, mas quando me mudei, vim com todas as mágoas possíveis. Amizades arrasadas, amores nulos, meio sem me despedir. Mas aí, aqui já era uma terceira fase.
Absolutamente TUDO mudou quando eu saí de casa. Parece óbvio, mas é um pouco mais complexo do que a gente imagina.
Aí eu conheci o Jorge... Quando eu achava que ia ficar sozinha pra sempre, porque nesse lugar ninguém combinava comigo. Quando, pela primeira vez na vida, eu não amava ninguém.
E foi fácil me apaixonar, porque ele era perfeito e gostava de vinho e entendia de sapatos e tinha aquele sorriso... e me olhava de um jeito que me deixava tonta.
Isso mais dois detalhes e eu to aqui... e não é pra dizer que essa é uma sexta ou sétima pior fase da minha vida.
Porque eu nunca estive tão frágil, tão cansada e tão perdida... mas ele ainda tem aquele sorriso.

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