sábado, novembro 28, 2009

28.

Eu não tenho mais o que remoer, além do que eu não entendo, o que ficou é sereno.
Dói porque é saudade, dói porque agora me lembro do último beijo e era melhor não lembrar. Dói porque tem que doer.
Hoje eu preciso arrumar meu quarto, me livrar de vez do que machuca. Tentar.
Perdida na minha bagunça, em toda ela. Cada minuto me trás um sentimento diferente, cada nota é um pulso, uma conclusão, um desejo novo.
Desde domingo tenho usado o twitter pra expor meus extremos sentimentais. Hoje o que eu tenho a dizer é tão pouco, que não rende uma frase decente. Deixo as músicas esclarecerem essas sensações que só interessam a mim, mas que insisto em divulgar. Patético.
Mas agora é isso. Agora somos eu e minhas carências patéticas, eu e meu amor não mais correspondido e patético, eu e meus planos possíveis e impossíveis e patéticos.
Agora somos eu e o medo. Eu, que não aceito sugestões e quero respostas. Eu, que perdi a fé numa dessas poucas certezas que a gente tem.
Ele me diz pra ter cuidado e eu vou, é claro que vou. Não tenho mais o sorriso que me mantinha de pé, não tenho mais nada. Não tenho nem a palavra insistente que fazia disso um amor.
Ontem eu tinha a palavra, ontem eu tinha a certeza, a clareza das coisas. Hoje eu acordei com meu amor de volta, com o um sorriso no rosto, e vou dormir incrédula, sem vontade, sem nada.
E me deixa! Me larga nos meus dramas! Porque antes fosse o tempo, antes fosse qualquer coisa.
Eu tenho direito de me lamentar, eu tenho direito de jogar fora esse tempo que não passa.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Acabou

Não consigo chorar. Meu coração grita, mas meu corpo simplesmente não reage.
Eu sinto a dor que tudo isso traz, eu sinto esse medo do definitivo, eu sinto pena de certas necessidades alheias. Eu sinto um pouco de nojo, e a diferença do que foi amor com esse sentimento escroto que roubou meus últimos meses.
Eu não me lembro do ultimo beijo. Eu não consigo sentir raiva.
Acabou... E as mentiras acompanham o fim, porque é mais fácil acreditar na própria mentira, que assumir a culpa, que expor as falhas.
Mas se eu não sou alguma coisa nessa vida, é covarde. E cega e burra também nunca fui, só ingênua de achar que as brigas e o perdão serviam de remendo pro caráter dele. Que pena.
Acabou.

quarta-feira, novembro 11, 2009

De onde vem a calma

Eu to bem. Satisfeita, sozinha, em silêncio e pronta pra escrever pela primeira vez em muito tempo.
Sinto falta daqui... fico triste quando passo muito tempo sem escrever nada que sirva, ou que seja adaptável pra cá.
Isso aqui é feito dos meus excessos. E quando voltei a escrever, depois de apagar os contos, eu queria isso... poder jogar fora os carinhos e as mágoas que transbordassem.
Pois bem, inúmeros assuntos me rodearam nessa minha semana de férias psicológicas. Mas não posso dizer o rumo que esse texto vai tomar.
Comecemos pelo xampu. ..
Comprei um xampu novo ontem, um que deve lembrar a infância de um monte de gente, mas lembra minha adolescência. Aquela primeira pior fase da minha vida.
Não quero parecer tão superficial desde cedo, então se não posso falar dos problemas reais, também não vou falar dos problemas floridos. Fica dito, apenas, que foi a primeira pior fase.
Mesmo assim tinha o Doutor André, a Doutora Marta e meu primeiro suspiro de determinação. Eu usava madeira e cobre e eu era muito feliz. Eu sorria, eu era bonita, fotogênica, inspirada. E eu tinha cheiro de camomila... aquele do xampu.
Depois mudaram os perfumes, duas vezes, e tenho vontade de comprar esses outros xampus só pra ter a sensação de ser aquela menina que eu gostava de ser.
A segunda pior fase veio no fim da então adolescência. Pouca gente sabe, mas quando me mudei, vim com todas as mágoas possíveis. Amizades arrasadas, amores nulos, meio sem me despedir. Mas aí, aqui já era uma terceira fase.
Absolutamente TUDO mudou quando eu saí de casa. Parece óbvio, mas é um pouco mais complexo do que a gente imagina.
Aí eu conheci o Jorge... Quando eu achava que ia ficar sozinha pra sempre, porque nesse lugar ninguém combinava comigo. Quando, pela primeira vez na vida, eu não amava ninguém.
E foi fácil me apaixonar, porque ele era perfeito e gostava de vinho e entendia de sapatos e tinha aquele sorriso... e me olhava de um jeito que me deixava tonta.
Isso mais dois detalhes e eu to aqui... e não é pra dizer que essa é uma sexta ou sétima pior fase da minha vida.
Porque eu nunca estive tão frágil, tão cansada e tão perdida... mas ele ainda tem aquele sorriso.